AIDS E HIV
Menos divulgada do que no início da década de 1980, a epidemia de HIV/AIDS ainda persiste no Brasil. É por isso que continua sendo essencial continuar o esforço de informação e prevenção entre os jovens e as populações prioritárias.
Distinguindo HIV e AIDS
Os termos “HIV” e “AIDS” são muito confundidos e, no entanto, se referem a diferentes dimensões na evolução da doença.
O HIV é o Vírus da Imunodeficiência Humana. Uma pessoa é “soropositiva” quando está infectada pelo HIV, portanto, portadora do vírus. Isso não significa que ela tenha doença por AIDS.
A infecção pelo HIV, um período sem sintomas aparentes, dura vários anos. A pessoa soropositiva, se não estiver em tratamento, pode transmitir o vírus, mas não mostra sinais ou sintomas clínicos.
Sem tratamento, a infecção pelo HIV pode progredir para a doença da AIDS: a multiplicação do vírus no corpo causa um colapso das defesas imunológicas e a ocorrência de infecções.
Tratamento como prevenção
Medicações anti-HIV bloqueiam a multiplicação e transmissão do vírus em pessoas infectadas. Uma pessoa soropositiva tratada não transmite HIV e não desenvolve a doença.
O tratamento antirretroviral, se tomado por pessoas vivendo com HIV, remove o vírus do sangue. Então a pessoa tem uma carga viral indetectável, também é indetectável em secreções genitais (esperma, secreções vaginais).
Como resultado, uma pessoa que realizou por vários meses e continua com o tratamento não pode transmitir o vírus aos seus parceiros.
Isso é o tratamento como prevenção. Uma descoberta crucial para a prevenção, já que a cadeia de transmissão é interrompida. Hoje, você pode viver uma vida longa e saudável com o HIV, quando tiver acesso a cuidados e se a infecção for detectada a tempo.
A infecção pelo HIV é controlada mesmo que o vírus permaneça presente no corpo, em alguns órgãos chamados de “reservatórios”. Indetectável = Intransmissível. Uma pessoa cuja carga viral é indetectável não transmite o HIV.
Esta é uma mensagem muito importante, que deve chegar ao conhecimento das pessoas que possuem a doença, bem como aos seus parceiros e ao público em geral.
Combatendo falsas crenças sobre a transmissão do HIV
Estudos mostram que ainda hoje, especialmente entre os jovens, falta de conhecimento dos modos de transmissão do HIV e que falsas crenças sobre a transmissão persistem.
Mas um dos objetivos das informações sobre HIV/AIDS é combater o HIV/AIDS e lembrar que o HIV não é transmitido:
- beijando uma pessoa
- apertando a mão ou uma pessoa nos braços
- tossindo ou espirrando
- nadando em uma piscina
- pelos assentos do vaso sanitário
- por roupa de cama ou toalhas
- compartilhando uma refeição (garfos, colheres, comida)
- indo ao dentista
- por picadas de mosquito
- compartilhando um sabão
A transmissão do HIV ocorre por vetores e modos específicos de transmissão. Ela ocorre por quatro fluidos corporais: espermatozóides e fluidos que aparecem antes da ejaculação (fluido pré-seminal), secreções vaginais, o sangue, e o leite materno.
O HIV é transmitido em três modos:
- durante o sexo sem camisinha
- em ordem crescente na escala de risco: relações sexuais orais, vaginais e anais
- por troca de sangue
- troca de equipamentos de injeção no caso de uso de drogas intravenosas, tatuagem, perfuração, exposição acidental ao sangue de profissionais de saúde que lidam com objetos pungentes, afiados, arrastados e manchados de sangue
- de mãe para filho
- durante a gravidez, parto, amamentação (na ausência de tratamento preventivo).
Como funciona o tratamento pós-exposição?
O tratamento pós-exposição (TPE) ao HIV ou “tratamento de emergência” deve começar o mais rápido possível após a pessoa ter sido exposta ao HIV. Mas dois em cada três jovens não estão cientes desse possível recurso após um risco.
O TPE é para uma pessoa que acabou de correr o risco de infecção pelo HIV por:
- Ruptura ou esquecimento de preservativos: com um parceiro cujo status de HIV conhecido ou não
- Compartilhando ou reutilizando uma seringa
- Exposição ao sangue ou fluido biológico: no contexto profissional ou mais raramente privado.
O TPE deve ser limitado a situações em que o risco de HIV é identificado, ou seja, quando a avaliação de risco mostra que a pessoa provavelmente foi exposta.
Quanto tempo leva para agir?
O TPE é uma emergência. O momento ideal para fazer o tratamento pós-exposição é o mais próximo do tempo de exposição ao risco. É uma corrida contra o tempo. Assim, desde o fornecimento do TPE, circulares sucessivas sempre deram as mesmas recomendações sobre o prazo de prescrição após um risco.
Assim, deve iniciar o mais rápido possível, na melhor das hipóteses dentro de 4 horas após a exposição, o mais tardar 48 horas.
O TPE bloqueia a multiplicação do vírus e evita sua propagação e, portanto, contaminação. Quanto mais cedo esse bloqueio ocorrer, maior a chance de evitar contaminação.
De fato, durante as horas seguintes à infecção pelo HIV, o vírus infecta as células-alvo presentes nas membranas mucosas. Essas células migram para os gânglios linfáticos mais próximos.
A partir daí, o HIV se espalha muito rapidamente para todos os gânglios linfáticos que constituirão um importante reservatório de vírus, mas também para outros órgãos ricos em células imunes, como baço, timo e especialmente, intestino.
Por fim, o TPE combina três medicamentos antirretrovirais, dois inibidores nucleotídeos da transcriptase reversa e um inibidor da protease.
Efeitos adversos
Os efeitos adversos são comuns, especialmente nos primeiros dias: náuseas, inchaço, dor de estômago, diarréia, fadiga, dor de cabeça…
Algumas pessoas decidem interromper o tratamento ao longo do caminho porque não suportam esses efeitos colaterais. Nesse caso, não hesite em consultar o médico que pode modificar a prescrição.
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